sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Silêncio

Brado os gritos que me restam
Despejo as palavras que me enchem
Esvazio as emoções que me sufocam
Murmuro os passos da minha jornada,
abrindo mão de meus segredos.

Não têm retorno as lágrimas que verto!
Convertem-se em pedras que no vazio caem
Nas poucas cinzas do cigarro que fumo
e que as pisam para que ninguém as veja.

Congelam o que sinto em azoto líquido
Evaporam meus ditos para lá do além
e afundam meu ser no esgoto do esquecimento.

Nada mais tenho!
Tudo dei ao silêncio...
Vazia de mim e cheia de silêncios
Embriago-me em poemas
Que julgo ser a Deusa!


Graciete Belo Maciel

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