sexta-feira, 31 de julho de 2009

Obscuro e Revolto



Labareda ardente que o vulcão lançou
ao avistar o que lhe era uma miragem!
E mais explodia de encanto e crescente ardor,
fascinado e deslumbrado com tão real imagem!
Cativo e enfeitiçado por tão grande amor,
expandiu-se abarcando o chão que não lhe pertencia.
Revolto ficou o mar com tal intromissão
e depressa se levantaram ondas de tamanha dimensão!
Brotaram as cores e as formas da tristeza,
trazidas em sucessivas ondas de gigante incerteza,
galgando velozmente sentires,
engolindo todos os quereres,
matando viveres!
Ondas cegas ... de intrusão e confusão
que não deixaram o horizonte do mar descortinar!
Ondas do mar ... que traiçoeiras são!
Afogaram-se em si ... e desfizeram em nada!
Por não mensurar e pelejar! ...

Graciete Belo Maciel

domingo, 26 de julho de 2009

É a Alma...

A alma retrata-se no corpo!
Quem não aceita a sua alma ou finge não a ter,
vive descompassado, sofre seguramente com esta arritmia!
Nunca terá a fusão do corpo com a alma. Não se encontrarão!
Nunca saberá o sinergismo que daí advém.
Nunca terá a sincronia do seu ser. Não neste mundo!
Quando a alma transparece pura e serena, o corpo exprime-a!
Ouve-se todos os sons, os ecos e os silêncios dos sentimentos!
Vê-se as cores, a luminosidade, as sombras e as formas que assumem as emoções!
Inala-se o perfume desta sublime e subtil ligação!
Alimenta-se com sentires purificados o coração
que bombeados serão na grande e na pequena circulação!
Toca-se o amor, com o corpo ... em tudo, em todos!
Não se encontram semelhanças de nós no corpo de ninguém!
Apenas se descobrem na alma de alguém!
É a alma que dita os pontos cardeais do nosso mundo!
É a alma que nos aproxima e nos distancia!
Só ela o sabe ... e o pode fazer!

Graciete Belo Maciel

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Com Alma …

Classifico esta fabulosa interpretação apenas assim! Com alma ...

O que acima publico, "É a Alma...", espelha-se também, quando Louis Armstrong canta "What a Wonderful World"...



De forma simples, é também assim que quero continuar a olhar para o mundo ... com alma!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Fugindo ...

Fugindo ...
Fugindo dos raios de sol que te querem alcançar,
que não são mais que meus braços!
Que ao de leve te tocam, te cobrem
e se entranham no teu recôndito esconderijo,
na fissura mais pequena e oculta da rocha que transportas
e que se formou com lavas de desencanto!
Sentiste-lhe ilha envolto em tanto mar!
Deslumbramento há tanto perdido no tempo!
No tempo em que pisaste a ilha ...
E ilha foste ... por opção!
És lava revoltada que escorre pelo cone do vulcão
sem destino, sem previsão!
Porque não foges do fogo infernal da erupção (?)
do ruído atroz que te ensurdece,
do fumo que cega teu olhar,
dos gases malignos que inalas
e que atordoado te deixam a rastejar?
Fugindo ...
Continuamente fugindo ...
Já não és tu!
Já nada é mais a tua opção!
É a tua prisão!...

Graciete Belo Maciel

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Desnudada


Se bem pertinho de ti estivesse,
de tudo desnudada,
trazendo apenas o passado feito de nada,
sem a existência de momentos vividos,
sem memórias, sem recordações ...
haveria tamanhas aproximações!
Saudades infinitas de tempos não tidos,
vindos duma repentina inundação
que desmedida galgou o meu pensamento
e se fundiu em profundo sentimento!
Ânsia desmesurada de ensejos vindouros
de tudo despojados, despidos!
Apenas ... sentidos!
Apenas ... cheios de ti!

Graciete Belo Maciel

terça-feira, 14 de julho de 2009

Há Amores Assim

Uma banda com uma vocalista dotada de uma voz muito bonita e de uma interpretação, em palco, muito interessante.
Para além de gostar da sonoridade da música, chamo a atenção para a letra. Linda!

domingo, 12 de julho de 2009

Ilhéus da ILHA

A ilha tem os seus ilhéus, que demarcados estão.
Os ilhéus fazem parte da ilha.
Dela são!
Partilham o mesmo mar!
As mesmas ondas de revolta, de desespero...
As mesmas ondas de calmaria, de serenidade...
Cada um com as suas particularidades, o seu mundo!
E singularidades únicas são também no mundo!
São pedaços da ilha, do seu mundo!
Há ilhéus mais distantes...
Outros há mais próximos...
Quando a ilha em si se encerra, se estanca,
ignorando os seus ilhéus, compartimentando-se só no seu espaço,
egocêntrica se torna, querendo a realidade ocultar!
Surgem nevoeiros de incertezas no ar
que pairam na ilha, sem que o vento os leve!
A neblina não deixa os ilhéus a ilha avistar!
E a ilha mais obscurecida, mais perdida,
mais envolta no negrume vindo de dentro de si,
mais mergulhada na tristeza, mais longe da certeza,
mais distante de si!
Ó ilha...
Ó ilha que emerges e submerges!
Ó ilha que submerges e emerges!
Os ilhéus são mundos teus!
Alguns há feitos de felicidade
que escorreram da tua lava!
Porque não os tomas como teus?

Graciete Belo Maciel

sábado, 11 de julho de 2009

Yann Tiersen

Yann Tiersen, músico e compositor Francês, dotado de uma grande versatilidade, essencialmente pela diversidade de instrumentos que toca, e também devido ao seu estilo musical muito próprio.



Ficou internacionalmente conhecido, depois de ter composto a banda sonora do filme «Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain”.

terça-feira, 7 de julho de 2009

À borda de ti...

Por mais ajuda que te suplique,
por mais que te queira somente para acalentar a minha dor,
que me podes tu fazer?
Tão pouco neste imensurável oceano de tanto querer!...
Tudo é mais forte que as palavras que me dizes!
Se no momento conforta o meu sentir,
no outro, já não as ouço.
Perdidas ficam neste oceano profundo e sem fim,
emergindo em instantes entrelaçadas entre todas as outras,
disfarçadas de adjectivos, extraviadas de sentido,
bradando o mesmo que todas as outras,
assim mesmo, tal como as dizes!
Envolve-as em razões, imbuídas de emoções
disseminando tantas contradições!...
Assim te sossegaram desta maresia,
querendo-me amainar esta revolta,
pedindo a calmaria da maré vazia,
deixando-me na inquietude da lua nova,
depois de esvaziar tudo o que sentimos
e de selarmos os nossos desejos com beijos.
E eu ... à borda d’água ... à borda de ti!
Em ti fico novamente,
com a mente a escapar-se sorrateiramente,
cruelmente alheia entre os ditos e os sentires!
Ah, triste mente a trair-me tristemente,
abalando minh’alma, meu corpo!
E de novo estamos nós!
Entre o oceano e a terra,
entre o amar e o querer,
entre o tudo e o nada!

Graciete Belo Maciel

Ao meu primeiro PONTÃO

A ilha formou-me!
E foste tu, com a tua energia, que se foi acumulando ao longo do tempo, um dos grandes responsáveis para que esta ilha emergisse.
Está sólida, mas derrama ainda a lava, que sabe onde se irá solidificar, mas desconhece os caminhos para tal.
Assume por isso, formas e cores que não são definitivas, mas, como sempre, só o tempo irá ditá-las, com a sabedoria que ele trás.