sábado, 26 de setembro de 2009

Everybody's got to learn sometime



Não é a versão original, mas é uma das músicas que me recordam os anos 80 e que gosto de escutá-la.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A Hora da Despedida

Ah, não me lembrem essa hora...
Não me lembrem essa hora de dor sem medida,
esse instante temido e sofrido,
a hora mais triste de todas as horas!
Não me lembrem a hora da despedida!
A hora que o meu mundo fica perdido
com o morrer de todas as auroras,
tapado com o descer do pano da obscuridade,
esvaziado de todos os sonhos, de toda a realidade!
A hora que carrego um desassossego desmedido,
a força da inquietude, da ansiedade,
do penoso dizer adeus sem regresso marcado,
a tudo, a quem amo, a quem desejo...
Um adeus, com hora marcada!
Ah, não me lembrem essa hora!
Este amargurado ensejo
que me entra em minh’ alma para despojá-la
e a transbordar de angústia deixá-la.
A hora que acarreta todos os arrependimentos,
todos os enganos, todas as perguntas
todas as incertezas e tão poucas certezas!
É a hora do adeus para sempre (?)!
Meu corpo desnorteado em passos desgovernados
em compasso com as incertezas do depois,
vagueia sem alma moribundo
em nada, em tudo, em vão (?)
fundido no desespero da agitação.
Sou árvores ermas balanceando sem orientação,
a quedarem-se ao mais devastador dos ciclones
que atravessa o cerne por atrozes rajadas de vento,
despindo folhas de lágrimas sem alento
em tristes noites sem estrelas, sem luar
e deixando-as curvadas à dor do sentimento
em espasmos de enlouquecer,
a bradar neste desatino sem fim avistar,
derrubado apenas pela fatídica chegada do adeus!
Até quando?
Até sempre!
Sempre de indefinidamente ou de eternamente!
Ah, não me lembrem essa hora...

Graciete Belo Maciel

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Onda


Na tranquilidade dos sentires,
inesperadamente surge a onda que nos enrola,
confundindo nossas mentes
e atirando-nos para o fundo.
Assim é o meu mar!
Rodeia uma ilha sem plataforma e isolada no oceano.
Por isso, tudo é mais fundo e profundo,
mais sentido, mais vivido!
Só quem é ilhéu, tem a força de todas as ondas,
a quietude para enfrentá-las
e a certeza que a mansidão volta sempre!
Também sabe, tão bem, que outras ondas surgirão.
Contudo, até lá…
vive intensamente e despreocupadamente este idolatrado mar.
Assim é o meu amar!
A serenidade regressa sempre tranquilamente,
depois das palavras e dos sentimentos confidenciadas a esta onda!

Graciete Belo Maciel

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O mar tem longe


Do oriente do meu mar,
enrolado nas ondas das palavras,
sem que soubesse, sem que quisesse,
chegou o sentir de alguém.
Trouxe a pureza das águas límpidas do meu mar,
a força do sentimento vinda do fundo,
do seu interior!
Qual vulcão adormecido,
que explodiu despojado de imagens,
só pelo poder das palavras!
A lava em mim solidificou
e agarrada ficou!
Pedra firme se tornou!
Mas que desventura me assolou!
O mar não me deixa amar!
O mar … o mar que sem ele não vivo,
agora … não me deixa viver!
Nem a linha do horizonte avistar!
Quer o meu sonho matar,
o meu querer, o meu sentir
e tudo o que me restar … a minha alma!
Só o chorar me deixou!
Mostrou-me a sua soberba imensidão
e disse-me que o longe existe.
E existe … existe, lá está!
Vaguei à procura de rumos … e a rastejar fiquei, à sua beira!
Não me deixa partilhar sozinha contigo,
este instante, este momento,
nem outro instante, nem outro momento!
E que tamanha vontade tenho!
É da mesma grandeza do mar,
do mesmo intenso desejo da sua força!
De bem juntinha a ti estar,
também contigo a chorar,
também contigo a sofrer,
também contigo a amar!
Apenas posso, sozinha chorar!
Lágrimas ocultas e lágrimas choradas,
lágrimas de dor e sofrimento,
mergulhadas e saídas das ondas da incerteza
que chegam e partem do meu pensamento.
Se num momento ao teu lado estou,
no outro, a maré já o levou!
E fica a gélida tristeza,
que o mar é realmente feito de longe,
de uma lonjura que afoga os sonhos
e não os deixa a ti chegar!
E eu … não o posso vencer!
Será que o mar me sussurra
e me quer confidenciar que nunca,
que nunca contigo estarei?
Será isto que me quer dizer?
Será verdade?
Quem me responde (?)!
E eu … nada sei!
Nada posso fazer!
Dói-me tanto a tua ausência!
O pensar que para todo o sempre te perderei!
Dói-me tanto, amor!
Resta-me apenas submergir com o meu tesouro
e levar comigo a chave.
Que nunca ninguém o descubra!
Porque chorarão e sofrerão,
tal como agora o faço, e dirão:
- Que amor tão puro e tão grande
que se perdeu nas águas do mar!
E com memórias da alma,
continuo a sofrer e a chorar de amor.
É o que guardo de ti!
O mar assim o ditou!

Graciete Belo Maciel