terça-feira, 20 de julho de 2010

Abram alas ao amor

Cobiçado foi nosso inesperado encantamento,
Tão puro enamoramento!
Pensar que se tem iguais sentimentos aos que nasceram em nós,
É triste sina, desventura eterna, ilusão amargurada!
É remédio d’ alma temporário, com validade marcada,
Sem cura de feridas que a sangrar ficarão,
Aprisionadas, sem o querer do coração!
Quando não pudermos fugir mais indiferentes à voz da verdade que nos persegue
E nos ensurdece de tanto repetir, impiedosamente, nossas frases carregadas de tudo,
Fazendo-as passar constantemente na mente em rodapé;
Quando não podermos assistir mais indiferentes às imagens que se avolumam na memória
Galopando velozmente para cenários mais elaborados, mais detalhados;
Quando quiseres ver que a vida te fez de novo nascer para a ti regressares;
Então…
Nossos olhos se cruzarão sem fronteiras de temor,
E nossa alma denunciará ao mundo este adormecido ardor.
Abram alas ao amor…
E estendam as pétalas há tanto nos roseirais.
Tragam as estrelas cansadas de nossos olhares unirem,
Os mares que silenciados transportaram nossos segredos,
Todas as noites perdidas de pensares de querer e não ter,
Os dias passados entre a constante presença na ausência,
O tempo que teimosamente foi negado e abandonado.
Vejam como é feita a saudade!
Abram alas ao amor…
Que entrem os aromas dos campos, os cheiros da terra,
A ilha que nos fez encontrar!
Abram alas ao amor…
Que chegou agora mesmo da longa viagem!

Graciete Belo Maciel

2 comentários:

  1. Minha Querida Amiga Graciete,
    Ontem, longe do computador lembrei-me de ti, hoje, com um dia de atraso deixo aqui as minhas felicitações por mais um aniversário.
    Beijinhos do teu amigo.

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