segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Há quanto tempo...


Há quanto tempo...
meu corpo adormecido e minha mente entorpecida,
arrastando se foram nos dias que de iguais apenas passavam,
perdidos, deambulando nas longas e dolorosas noites gélidas sem fim, sucessivas!
Meus braços sem amarras presos ficaram
e enregelados se quedaram!
Em quimeras se atrofiaram!

Há quanto tempo...
Já esqueci o sol da emoção,
as noites mais longas de todas as noites,
o dia emergindo das tonalidade quentes que se fundem, sem pressa,
embalado pela nocturna felicidade de tamanha satisfação!
Já esqueci a magia de todos os recantos encantados,
o tempo que não acaba, sem hora marcada,
esquecido no anómalo prazer e rubor
dos corpos emaranhados no amor!

Há quanto tempo...
Que meu alento diluindo se foi na escuridão
e alastrando-se, invadiu meu corpo, minha mente, impiedosamente!
E meus gritos mudos e abafados,
tristes desígnios prolongados no tempo,
escutaram e seguiram todos os passos da alma, escrupulosamente.
Todos em vão, todos sem qualquer perdão!
A alma bradava no silêncio, palavras caladas, cansadas,
a ela chegando outras tantas sem retorno, repetidamente.
Incúrias!
E indagava na certeza o que não queria por certo, sem remissão.
Injúrias!

Há quanto tempo...
Que só creio em utopias que meu mar de ilha me ensina!
Linhas ilusórias que traça, perfeitas,
eleitas em mantos de oiro entendidos em outros tantos de prata,
jazidas emersas de brilhantes em bruto lapidados,
que adornam corpos puros, de tudo despidos,
ladeados por ondas que sem culpa formada neste mar se formam!

Há quanto tempo...
Vi meus amores duradoiros, em momentos,
volveram em correntes tortuosas, em tormentos,
e sem culpa formada serem afundados!
Vi meus amores serem incinerados,
reduzidos a cinzas e enterrados!
Como todos os amores...com igual fim!
-
Graciete Belo Maciel

Sem comentários:

Enviar um comentário