domingo, 11 de outubro de 2009

Revolta

Quem dera que a tua dor fosse igual à minha!
Tão tranquila ficaria com a minha mágoa.
Que companhia tão desejada e esperada.
E mais a minha dor se atenuava, se soubesse que por mim sofrias.
E então poderia também por ti sofrer.
Como me sentiria grandiosa se pudesse partilhar as tuas dores.
Quanto me aliviaria!
Mas silencias o que sentes e nada de ti sei.
Sinto-me revoltada!
Esta agonia que me cobriu e insiste continuamente em não me largar,
se lhe desse a beber o teu sentir talvez ela se embriagasse!
E então ficaria calma e serenamente à espera que um dia
lentamente se fosse embora, assim...
Sem me dizer adeus, assim...
A vê-la partir devagarinho,
a esvair-se em fumo que bem alto subiria
e...para sempre desapareceria!

Graciete Belo Maciel

4 comentários:

  1. Grace, poeta!

    Relativiza, relativiza...
    Deixa lá, não te apoquentes
    Tu já sabias afinal
    Que o ansiado encontro
    Era o já esperado desencontro
    Com a ponte pedonal
    Suspensa entre as falésias
    Do rio turbulento
    Que te ocupa o pensamento.

    Relativiza , relativiza...
    Que este rio mais abaixo
    Corre mansinho
    Basta que sigas por outro caminho.


    Joaquim Marques
    in Poemas 24.08.2007

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  2. Marques, como é bom ser presenteada com um dos teus poemas! Como é lindo...

    E assim te respondo:

    Eu sabia que a ânsia deste nosso encontro
    no tempo desperdiçado, nunca acontecido
    tinha o rumo definido, de ti desconhecido
    sem a tua aprovação, sem o teu coração!
    Eu sabia que o esperado encontro
    depois de meus olhos te verem,
    seria um adiado desencontro,
    mesmo sem meus olhos conseguires tê-los
    por temê-los de te denunciarem
    e a todos nos anunciarem!

    Beijos de sincera amizade

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  3. revolta... é bom termos consciencia dos nossos sentimentos, exterioriza-los já é uma forma de os tornar libertos.
    que bom seria substituirmos a revolta do mar bravo, pela mansidão do mar azulinho...cada estação tem seu tempo...tento substuir a revolta pelo agradecimento, pois até nisso crescemos como seres humanos que somos. há dois tipos de pessoas que não gosto de falar:
    - o s que não sofreram
    - os orgulhosos

    bj

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  4. Olá Carla,
    Embora o poema não pretenda retratar-me em tudo, todos nós temos momentos de alguma revolta. O importante é não prolongá-los.
    Obrigada pelo teu comentário.
    Bjs

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