terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Enquanto a Brisa...


Enquanto a brisa trouxer teus beijos
escapados e perdidos do destino
a pairarem na neblina que me persegue,
distantes dos desejos,
longe da vontade da vida,
e sentir no ar seu desatino,
abraça-me com a mente,
forte, fortemente!
Teus abraços eternos,
trepadeira permanente
que a mim se agarra afincadamente
às paredes sólidas dos instantes que nossos são,
às vozes que de nós correm velozes,
sucumbindo aos gritos das vidas que apenas se cumprem!
Que a aragem silenciosa que na noite se abateu
não tombe tão sentida trepadeira que cresceu
presa de fragilidades assentes na âncora mais profunda!
Abraça-me com a mente,
forte, fortemente,
enquanto na brisa teus beijos a mim não chegam,
enquanto a brisa trouxer a tranquilidade efémera
e não poder entrar na serenidade eterna,
nas cinzas do meu corpo!

Graciete Belo Maciel

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